Aldeia Estrela do Oriente

NANÃ

Iabá misteriosa e muito mal compreendida. Curiosamente, Nanã não faz questão nenhuma de ser entendida. Se revela à medida em que seus filhos estão prontos para sustentá-la.

A origem de Nanã é tão misteriosa quanto a do próprio Universo. Sabe-se apenas que sempre existiu. É uma das divindades mais antigas, guardiã da Sabedoria.

Seu elemento é a lama, a fusão entre Terra e Água. Por isso, o corpo físico, como veículo do Espírito na matéria, é expressão direta de Nanã. Ela tem o poder de unir ou separar esses elementos. Alquimicamente, separa das nossas águas internas as emoções densas que afundam e preserva aquelas que elevam.

Nanã é a grande agente da transmutação. Nenhum ser, vivo ou desencarnado, escapa do seu processo transformador. A morte, simbolizada por seu filho Omolu, inicia a decomposição da matéria, que é então transformada e entregue novamente a Abaluaê para receber nova vida. Assim, tudo se renova. Ela rege a reciclagem da existência e, por isso, sua energia atua com força nos períodos de Transição Planetária. É associada ao Raio Violeta na Fraternidade Branca.

Muitas vezes vista como solitária ou ranzinza, Nanã apenas expressa sua profunda conexão com o tempo e o propósito de cada ser. Seu silêncio e sobriedade revelam foco, firmeza e sabedoria. Não se distrai com ilusões. Não tolera máscaras nem superficialidades. É acionada quando já se falou demais a quem se recusou a ouvir. A esses, ensina que sabedoria nasce do domínio emocional, não da intelectualidade.

Nanã conhece o tempo certo de tudo. Sorri com leveza mesmo diante do caos. Quando a imaturidade se apresenta com humildade e abertura, ela acolhe como uma avó amorosa. Mas se a arrogância e a vaidade dominam, ela ativa a decantação necessária, ainda que dolorosa, para separar o que impede a evolução da alma. Nesse aspecto, é implacável.

Saluba, Nanã!

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