Aldeia Estrela do Oriente

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Oxalá

Orixá dos Orixás, isto é o que seu nome significa. Nele encontramos poesia. Sonhos. Afetos e, ao mesmo tempo, matemática. Integração pura.

Se sentir dificuldade para seguir em frente, volte aos demais Orixás até se sentir confortável para começar a compreender Oxalá, o maior dos Mistérios.

Aqui, neste Trono misterioso, não há espaço mais para os Hologramas. Esteja advertido de que, talvez, doa; e, se doer, é a Voz do Ego.

Oxalá representa, na nossa Tradição, o Senhor Crístico. A Alma auto realizada que se tornou um ser Co-Criador. O “Filho”, herdeiro de sua Mãe e de seu Pai.

No nosso Universo, o Trono de Oxalá é sustentado pela figura conhecida como Sananda (que habitou entre nós a figura do Avatar Jesus, que despertou o Cristo em si mesmo).

Representa a (e é o único caminho para o reencontro da) própria Alma de cada um, o próprio Ser, a Mônada ou Eu Superior que, tendo sido criado pela Fonte, partiu em uma missão: a de descobrir a Si Mesmo e como acessar e bem utilizar TODOS os seus Dons Divinos.

Enquanto o Ser Original (também conhecido como Eu Superior, ou Espírito, ou “Corpo Átmico”) é a Mônada, em estado puro, sem forma que não seja a luminosa e ainda não manifestada, Oxalá é o próprio Ser Original que se manifestou, experimentou e se iluminou; mas continua a se experimentar e a se iluminar ; a partir daí, consciente de seus poderes, dons, atribuições e virtudes, passa a cocriar, através do veículo de consciência conhecido como Corpo Crístico ou Corpo Búdico.

Oxalá é a Mônada quando passa do estado de somente Ser, inativo, para o estado de planejar e agir dentro da Criação. É o Ser Crístico que contém a totalidade; Ele é Deus. E está INTEIRO.

Deus faz (e também não faz) muitas coisas; Deus sente; Deus sonha; Deus pensa; Deus até repousa, segundo alguns escritos sagrados; Deus toma ciência; Deus ama; Deus se relaciona profundamente; e Deus atua.

Oxalá é Deus em sua primeira atuação; a de decidir criar.

Ora, Deus tomou uma decisão!

O Cristo Oxalá se torna Verbo e inicia a manifestação da Criação.

É por isso que Oxalá surge simbolicamente junto com Exu. É a Vontade de Deus em criar e experimentar sua própria Criação; a Magia Divina para essa criação vem da ânsia de Exu.

E então surge Ogum, que é a AÇÃO direcionada a um Propósito; surge Iansã, carregando o ímpeto ou desejo de agir, dentro da sua essência, fazendo o que for necessário para tanto; Oxóssi, o brilho da inteligência divina direcionada a expandir e contribuir, a irradiar, sem jamais perder sua própria individualidade; Iemanjá, a que cria as oportunidades, as interconexões, a vida, os psiquismos e os ambientes apropriados, as relações; Omolú e Obaluaye, criando as transições de um estágio para o outro, os términos e os inícios, finalizações e recriações, em quaisquer dimensões; Nanã, carregando as transformações e decantações dos conteúdos inutilizáveis (o chumbo) e dos conteúdos utilizáveis (o ouro) através das imersões na matéria (os descenços dimensionais) e das emergências ou evoluções (ascenções dimensionais).

Oxum, a Mãe de todos os afetos, de toda a Magia e, por isso, de todo o Universo, carregando o Amor, que é o combustível original de TUDO; Oxumare, transportando todos os Raios e Atributos Divinos de uma dimensão mais densa para uma mais elevada, e vice-versa, tal qual o arco-íris, corrigindo as imperfeições de cada Raio ao mesmo tempo em que exalta e potencializa cada um desses Raios e suas Virtudes; e Xangô, trazendo harmonia e equilíbrio para todas essas Forças, equacionando elas, cuidando para que todo um sistema divino não se auto-destrua e continue servindo a um Propósito Maior;

Quem puder compreender, compreenda. É em Oxalá que Xangô e todos os demais Orixás encontram seus Propósitos.

E é em Exu que todos os Orixás encontram suas ânsias, suas essências primais.

Exu traz Ânsia, mas o Propósito quem dita é Oxalá.

Oxalá e Exu, desafio e propósito, não podem ser separados, nem mesmo pelos Orixás.

Oxalá traz o Raio Branco; Exu, o Raio Negro.

Por isso O Universo é Dual; Exu é o espelho de Oxalá e vice-versa. E, nesse nível de Hierarquia, não podemos sequer imaginar de haver um conflito entre os dois.

Exu vem sendo associado pelas forças oportunistas como o Diabo ou Satanás; mas “Satanás” (cujo significado etimológico é apenas “o adversário”) aqui surge apenas como sinônimo daquele que “instiga” o outro a cumprir sua função.

Pois é… Em Hierarquias e Tronos elevados, o conceito de “adversário” se dissipa para dar lugar ao conceito de “instigador”… Acostume-se a viver fora da 3D e da Matrix.

Oxalá carrega um pouco de todos os Orixás em Si Mesmo, mas todos os Orixás carregam a ânsia de Exu. Paradoxo explicado tranquilamente: Oxalá carrega Exu dentro de si e Exu carrega Oxalá dentro de si. Uma vez que isso ocorre, os Orixás posteriores carregam (e dependem) de ambos dentro deles mesmos para cumprirem seus Propósitos e Ânsias.

Todos os Orixás dependem de Oxalá (ou seja, de seus Propósitos únicos e pessoais) e de Exu (suas ânsias únicas e pessoais), para expressarem quem São: e Eles, os Orixás, são aspectos e irradiações da Fonte.

Ao mesmo tempo, tanto Exu quando Oxalá dependem de todos os demais Orixás. Caso contrário, não haveria sentido no Propósito. Tampouco, haveria razão de se dar cumprimento a uma Ânsia, a uma Pulsão, qualquer que fosse; em qualquer caso, tudo seria vão (inútil).

Falar de Oxalá é complicado porque foi sintetizado, sincretizado, atribuído e identificado como Jesus, uma figura mal compreendida; como Buda, uma figura mal compreendida; como Mitra; uma figura mal compreendida; como Baldur, uma figura mal compreendida; e, mesmo em Oxalá, continua sendo mal compreendido, desde sempre. Assim como no caso de inúmeros outros Avatares Sagrados, todos (muito) mal compreendidos.

O Cristo Oxalá é Tudo; é o Todo; Ele É Deus. É Deus Filho, ou seja, esse Trono representa não a Fonte, mas todas as Mônadas criadas pela Fonte; Ele é Micah, uma singularidade e individualidade.

E, nem por isso, Ele deixa de ser Deus; como todo Deus, Ele cria, e co-cria.

E, nem por isso, Ele deixa de representar todas as suas almas irmãs, em seus aprendizados e experiências rumo a se tornarem Deuses, e finalmente, serem “Deus”.

Se você começou a fazer este estudo por Oxalá e ficou confuso, talvez seja o momento de voltar e estudar e vivenciar os demais Orixás e seus Tronos, um a um, para ser capaz de compreender este Orixá que é Oxalá.

Volte aqui com Tempo, após ter experimentado cada Um Deles, os Orixás, se for demais para você.

O seu Tempo, como o de Todos os Seres, chegará; revisite quantas vezes e em quantos tempos forem necessários….

A função de Oxalá é a de co-criar junto com a Fonte. “Eu e meu Pai” somos Um, disse Jesus, “o Filho do Homem”.

Ele não pretendeu substituir Deus. Pretendeu apenas se unir a Ele e fazer o que Ele faz; foi isso que Deus lhe ensinou e Oxalá / Jesus não tirou essa ideia da cartola; o que Deus ensinou é o que Ele, o Cristo Oxalá, cumpre. Ele é um fiel Filho de Deus.

Nem nos esqueçamos de Exu, o contraponto de Oxalá.

Só nas cadeias da polarização humana e corrompida, porém, Exu e Oxalá não se dão bem; No nível dos Tronos, ambos apreciam muito a companhia um do outro, e dos resultados da influência de um sobre o outro.

Criança curada, criança ferida; vice-versa. Oxalá e Exu, antes de serem os Todos Poderosos, são, na essência, Oxalá Menino e Exu Mirim, e esta é a forma predileta Deles, e não as suas formas adultas (as de Oxalá Velho e Oxalá Jovem, e de Exu e Pombagira).

Pois essa é a primeira forma. A infantil. A única forma, em qualquer lugar do espaço tempo, disposta a aprender e experimentar.

Oxalá é o sábio, mas não é sábio por ser o regente do Trono da Sabedoria; é por ser seu guardião.

Oxalá é o guerreiro por excelência, mas não por ser regente do Trono da Ação; é por ser seu guardião.

E por aí vai, em relação a todos os Orixás e suas respectivas virtudes.

Desista de compreender Oxalá de acordo com o que a sua Nação, a sua Tradição ou os seus orientadores espirituais te ensinaram até hoje… No final dos dias, Oxalá está sempre se atualizando, e só VOCÊ poderá compreendê-lo!

Oxalá é sério e compenetrado. Com quem será que Oxalá aprendeu a se manifestar assim, justamente essa que é a sua marca mais forte?

Exu é descontraído e impulsivo. Com quem será que Exu aprendeu a se manifestar assim, justamente essa que é a sua marca mais forte?

Pois ambos, Oxalá e Exu, aprenderam nos jardins celestiais de Oxalá Menino e Exu Mirim. As Crianças Divinas e Crianças Feridas.

Oxalá contém a primazia, e Exu também. Duas crianças honestas não se importam em qual vai ser a primeira… Elas só querem brincar.

Tudo no Universo não passa da brincadeira de duas crianças que, na verdade, são uma só.

“Oxalá mandou, Oxalá mandou….

Os Caboclos da Jurema…

Lá no Jurema; Senhor Oxalá….

É o Rei do Mundo Inteiro…..

Mandou ordens pra Jurema….

Mandar seus capangueiros….

Mandai, mandai…..

Minha Cabocla Jurema….

Os seus Guerreiros….

Esta ordem é Suprema….

Oxalá mandou…..”

Epa Babá, Senhor dos Orixás, Cristo entre nós, Fonte Suprema!

Texto original de Leo Estelrich para Aldeia Estrela Azul do Oriente

Reprodução e compartilhamento permitidos desde que creditada a fonte originala

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