Aldeia Estrela do Oriente

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ORIXÁS

“Ao Anjo da igreja em Sardes escreve: Esta coisa diz aquele que tem os Sete Espíritos de Deus e as sete estrelas […]” (Ap 3:1)

“Graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos Sete Espíritos que se acham diante do trono de Deus” (Ap 1:4)

Escolhemos essas duas passagens das Escrituras Cristãs a respeito dos 7 Fogos do Espírito Santo para introduzir o fenômeno dos Orixás, segundo compreendemos na Aldeia Estrela Azul do Oriente.

Poderíamos ter escolhido passagens, citações e ensinamentos semelhantes que se encontram distribuídas em materiais das mais diferentes religiões, doutrinas e filosofias espiritualistas ao longo das eras. Todas trariam o mesmo sentido.

Porém, uma vez que a Umbanda, embora muito Universalista, é cristã, resolvemos utilizar esta passagem como ponto de partida.

O ser conhecido como Deus, a Deusa, Wakan Tanka, O Uno, o Todo, o Nada, o Senhor dos Mundos, o Pai, a Mãe, a Matriz, enfim, a Fonte Criadora, é a potência cósmica de onde parte toda a criação.

Esta potência contém a totalidade dentro de si e todas as possibilidades do Universo está em seu interior, de forma não manifestada. Quando a Fonte decide que chegou o momento de manifestar o Cosmos, Ela começa a manifestação a partir de Si Mesma. E é a partir desse momento que surgem as manifestações divinas que percebemos como posivito e negativo, Ying e Yang, etc., assim como seus inúmeros atributos.

A Fonte começa a Se manifestar através de frequências e cada uma de suas virtudes e atributos se expressa em frequências com características distintas, como sons, cores, valores. etc. São os chamados Tronos e essas manifestações são de número de 144.000, mas as sintetizações primordiais, aquelas que surgem primeiro e a partir da qual as demais se irradiam, são de número 7.

E são esses mesmos 7 Tronos que são conhecidos como os 7 Orixás Primordiais, 7 Fogos do Espírito Santo, 7 Raios da Fraternidade branca, etc.

Esses Tronos, na sua essência, são simplesmente Códigos Divinos, frequências que carregam um aspecto do poder da Fonte. Cada um desses Códigos possui poder sobre inúmeras Matrizes, sobre as quais a Criação se estabelece e se estrutura, sendo ancoradas a partir da Dimensão Primordial, absolutamente sutil, para as dimensões mais densas.

Os Seres Críticos, ou geneticistas e arquitetos cósmicos, seres que foram originados da Fonte e para Ela já retornaram, trabalham em cima dessas Matrizes Divinas para a criação de universos, galáxias, mundos, linhagens, experiências e oportunidades.

Nós, seres humanos, neste atual estágio evolutivo, conseguimos aprender e perceber o Universo exclusivamente a partir do nosso ponto de vista, o humano. Portanto, mesmo o Divino será percebido por nós a partir da perspectiva humana.

Desta forma, a Humanidade, ao longo de eras, revestiu a própria Fonte Criadora e seus Tronos de vernizes e corpos humanos, fazendo leituras de seus atributos e valores a partir da perspectiva humana preponderante em um determinado povo, grupo, dentro de um contexto histórico e social.

Daí vem a multiplicidade enorme de deuses e deusas que surgiram desde que o mundo é mundo. São Arquétipos, ou leituras humanas desses 144.000 Códigos Divinos ou Tronos. Cada povo, cada grupo e, ainda, cada ser humano, perceberá e dará uma forma a esses Códigos de acordo com suas próprias percepções e experimentações.

Quanto mais pura a experimentação, mais pura será a leitura do Código e a construção humana de seus Arquétipos (ou “Divindades”).

Quanto mais impura ou egóica, mais corrompida será a leitura dos Códigos e a construção humana de seus Arquétipos.

Quando falamos de Orixás, estamos falando da leitura humana, ou seja, da construção de Arquétipos, que são os vernizes dados por humanos de alguns povos xamânicos da África a alguns desses Tronos, há bastante tempo.

E se você quer conhecer e experimentar os Orixás, é importante que você entenda toda esta lógica, pois somente assim você será capaz de compreender e respeitar todos os Deuses e a fé de cada ser, de cada povo e de cada religião, cada linha espiritualista, uma vez que Orixá é respeito.

Esses Arquétipos se tornaram “Deuses”, seres sobrenaturais, e foi criado um Panteão (conjunto de Deuses), o chamado Panteão Africano, que hoje em dia são conhecidos como os Orixás.

Precisamos compreender que cada panteão possui suas histórias e características. E precisamos compreender que uma das funções dos Arquétipos é a de dar significância à psiquê humana, por isso, eles se atualizam, conforme o progresso e as necessidades da humanidade.

O divórcio, a negação e a corrupção dos Arquétipos gera uma drástica alienação pessoal e social, e isto quem diz é a Psicologia, não a Teologia.

Pois bem, o panteão que hoje conhecemos como Orixás sofreu diversas alterações. Arquétipos de diferentes divindades, originadas de diferentes povos e ritos do vasto continente americano, foram fundidos, cindidos, integrados e atualizados entre si, por muito tempo.

Com a chegada dos pretos que foram escravizados ao território brasileiro à época da colonização, esses diferentes Arquétipos dos distintos povos cativos continuaram passando por este processo de atualização histórica e social, à medida que antigos inimigos no continente da África aqui, no Brasil, acabaram se miscigenando, incorporando e também compartilhando reciprocamente seus deuses e costumes.

Com o tempo, surge o Candomblé e suas inúmeras ramificações. A partir da influência desta religião, os Orixás adentram a Umbanda (e suas também inúmeras ramificações).

Sincretizam-se os Orixás com inúmeros santos católicos e os Arquétipos sofrem novas mutações.

Por fim, chegamos ao cenário atual, em que há incontáveis percepções sobre o fenômeno e características dos Orixás, a depender da casa de Umbanda ou de Candomblé.

Cada casa cultua um certo número de Orixás, de forma não sistematizada, que os mais cultuados na Umbanda, atualmente, são Oxalá, Exu, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã, Oxum, Iemanjá, Nanã, Omolú (ou Abaluaê), Oxumarê.

Mas também há muitos outros que são cultuados na Umbanda e nos cultos de Candomblé e Ifá, como Obá, Ossaim, Ewá, Logunedé, Yami Osorongá, Kori, Egbé e muitos outros.

Ainda a respeito de cada Orixá, por vezes cada um deles é mais uma vez “fracionado” dentro do culto Candomblé e Umbanda, dando origem ao que chamados de “qualidades” ou “linhas / falanges”.

Seguem alguns exemplos do Orixá Ogum:

Ogum: Ogum Megê (Umbanda e Candomblé), Ogum Beira-Mar (Umbanda), Ogum Xoroquê (Umbanda e Candomblé), Ogunjá, Ogum Onirê (Candomblé), Ogum Rompe-Mato, Ogum Iara (Umbanda), etc.

Cada uma dessas “qualidades” representa uma frequência ainda mais específica dentro das virtudes gerais de um certo Orixá ou a maior proximidade da energia de um determinado Orixá com outro (o ponto de mescla ou conexão).

Por isso dizemos, na Umbanda, que Ogum Beira-Mar é o guardião dos domínios de Iemanjá, por se conectar com esta. E, no Candomblé, se fala que Oxum Apará come junto com Oyá /Iansã Onirá. Esses fenômenos são, na nossa compreensão, a mesma coisa, e evidenciam os pontos em que os Tronos se conectam.

Não importa a versão que se pratique dos orixás, mais africanizadas ou mais sincretizadas com os santos católicos, há uma característica extremamente importante os une: os Orixás, nas mitologias sagradas, são sempre seres humanos, que viveram e tiveram uma vida comum, e que despertaram em si a Força.

Esta Força que eles acessaram foi desencadeada mediante a experimentação da própria natureza e pela forma que lidaram com as experiências humanas pelas quais passaram, desencadeando o fenômeno sagrado da Apoteose, que é quando um ser se descobre, se reconhece e se experimenta como uma parcela da Fonte Criadora.

A Apoteose não é nada mais do que aquilo que conhecemos também como Iluminação, e sempre envolve um estado de transe em que a Alma rompe a barreira de frequência (conhecido como o Véu de Maya) e se reintegra, ainda que momentaneamente, como todo.

Este fenômeno da Apoteose é observado em inúmeros ritos e práticas xamânicas e religiosas da história humana, não estando limitado aos seguidores de um único panteão ou grupo de deuses / arquétipos.

Mas os Orixás guardam a especialidade de serem extremamente humanos, com suas vulnerabilidades, fortalezas e sombras e, ao mesmo tempo, extremamente divinos.

Por isto, podemos dizer que os Tronos expressos pelos Orixás guardam um caminho seguro legado pela Fonte Criadora aos seres humanos para que estes despertem e façam de cada uma de suas experiências uma oportunidade riquíssima de libertação e evolução.

Portanto, falar de Orixá é falar de um tesouro divino, uma ponte de reconexão com o Eu Superior e com a Fonte.

Ao longo de eras, Arquétipos de diferentes Deusas e Deuses foram corrompidos e extraviados pelos seres humanos, influenciados pelos burocratas (arcontes) que disseminam a Corrupção em diversas dimensões e mundos do Cosmos.

Quando isto acontece, os Arquétipos deixam de ser fontes seguras de reconexão e passam a ser fonte de corrupção e perdição da alma.

Exemplo clássico, mas não único, é o fenômeno que se abateu sobre os Deuses do Egito. Uma vez que o Panteão foi sequestrado por hierarquias e linhagens perversas influenciadas pelos arcontes, os arquétipos dos antigos deuses passaram a ser ferramenta de escravidão e desolação para o povo, o que levou as Altas Hierarquias Siderais, por meio do Faraó Akhenaton e seus sacerdotes, a recolherem o poder fracionado dos deuses e concentrarem no Uno, então chamado de Aton, em uma tentativa de salvar o Egito da influência dos arquétipos que haviam sido muito danificados.

Por misericórdia divina, esse fenômeno não se abateu sobre os Orixás, ao menos não desta forma e intensidade.

Precisamos compreender que as Matrizes da Fonte e os Códigos Divinos / Tronos são absolutamente incorruptíveis. E a porcentagem de pureza que os Arquétipos dos Orixás guardam dessas Matrizes e Códigos é elevadíssimo.

Isto é um feito e devemos este feito ao povo preto, ao povo africano e seus descendentes. Rejeitados, renegados, considerados inferiores pelos brancos, em muitos aspectos, os Orixás foram subestimados, desvalorizados e considerados por centenas de anos como expressões inferiores de divindades, demônios, seres do mal, etc.

Por isto, ninguém se interessou em se apropriar dessas manifestações consideradas tão “primitivas”, e foi graças a isso que os Orixás chegaram até os dias atuais sem serem corrompidos pelos cobiçosos.

Ao longo do último século, os Orixás, que se mantiveram ocultos e protegidos em suas manifestações mais tridimensionais, começaram a florescer e se expandir, revelando aos humanos cada vez mais suas potências puras e luminosas.

podemos dizer que isto foi A grande sacada das Altas Hierarquias responsáveis pela Terra, e que agora eles elevam e ancoram cada vez mais os percentuais puros das Matrizes Originais da Fonte e as distribuem pela Terra.

Olhos cobiçosos, porém, já entenderam o perigo que os orixás representam para os adversários do Despertamento. Médiuns, sacerdotes e praticantes não comprometidos com a Luz tentam, desesperadamente, corromper os Orixás e a própria Umbanda, na mesma medida em que os raios de suas Chamas Trinas estão corrompidos em seus corações.

Por isso, seguem ativando a magia dos Tronos Sagrados para causar destruição, separações, dor, ilusões, aprisionamentos, luxúrias, despropósito, descrença, envaidecimentos, futilidades, mesquinhez, invejas, mentiras, vinganças, etc., usurpando, sequestrando e adulterando os arquétipos de acordo com seus interesses egoístas e pessoais pois acreditam que, se desconectarem ou inverterem a manifestação dos Orixás nas coroas dos despertos, a Matrix será fortalecida e os despertos se desconectarão dos seus Propósitos.

Isso efetivamente pode acontecer, que é o que chamamos do Orixá “abandonar” a coroa da pessoa. Significa que os Códigos Divinos da Matriz não mais repousam ali naqueles seres pois não têm como se sustentar em um Ori que se entregou para a Matrix, densificando-se e extraviando-se do Propósito.

Mas, jamais vencerão. E o preço a ser pago pelos corruptores perante Sananda será altíssimo.

Orixá não é brincadeira e não é coisa para gente ignorante e pobre de espírito. Quem trabalha a si mesmo e com os outros com os Orixás, quem escolheu os Orixás dentro de si como caminho evolutivo deve guardar em si, antes de mais nada, o Propósito de ser um cientista da espiritualidade, e não se conformar em ser só mais um mero sacerdote, médium ou simpatizante, desses que contribuem com a corrupção do Sagrado.

Deve buscar extrair desses Códigos Divinos sempre a melhor potência e aplicá-las e experimentá-las em si, permitindo assim que a comunhão com a Fonte e seus Tronos seja cada vez mais autêntica e pura, menos embotada por dogmas ultrapassados e egóicos.

Orixás são fonte de Amor, Verdade e Sabedoria; de Cura, de Ascenção, de Transmutação, de Abundância.

São os 7 Fogos do Espírito Santo, os 7 Raios, e também suas inúmeras manifestações.

São um presente da Espiritualidade para o novo mundo e uma chave para resgatarmos nossas Matrizes Divinas e, assim, destruirmos a Matrix.

Preservá-los e honrá-los é a atitude correta dos Despertos que escolheram trabalhar com esses Tronos.

E este é o nosso compromisso com a Fonte na sustentação das Matrizes da Nova Terra. 

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