Aldeia Estrela do Oriente

Ogum

Ogum é conhecido como o herói civilizatório porque sua missão é abrir caminhos onde nada ainda foi desbravado. 

Por vezes, Ogum conta com os atributos de outros Orixás. Em outras, precisa acessar sozinho toda essa força que já vive em sua essência. É o Senhor do Propósito porque, mesmo quando tudo falta, ele segue movido por um chamado interno. 

Os mitos contam que Ogum foi um guerreiro incansável, conquistador de reinos, impulsionado pela necessidade de ir sempre além. Após conquistar o reino de Irê, deixou seu filho como regente e partiu. Quando retornou, não compreendeu o silêncio ritual da cidade e, dominado pela cólera, destruiu tudo à sua frente. Mais tarde, percebendo o erro, fincou sua espada na terra e desapareceu. Ali começou sua verdadeira transformação.

Esse momento marca o início da sua Jornada como Herói espiritual. Ogum compreende que a guerra verdadeira é interior. Ele precisa enfrentar não apenas inimigos externos, mas também suas sombras, como a ira, a impaciência e a violência. Aprende, então, a transformar esses impulsos em virtudes: a ira em fogo sagrado, o impulso em foco, a ansiedade em ação consciente.

Ogum forja sua espada a partir de suas próprias imperfeições. Alquimicamente, transforma o chumbo do ego em ouro da consciência. Sua espada já não é usada para ferir, mas para iluminar e cortar os véus da ilusão.

Divinizado, torna-se o Patrono dos que trilham a própria jornada do despertar. Ogum representa o guerreiro interno que todos somos chamados a despertar: corajoso, determinado, justo, transformador.

É ele quem abre os caminhos com sua espada sagrada, para que cada ser encontre sua própria verdade. E por isso, em Umbanda, Ogum é sempre o General Vencedor de Demandas. Porque venceu a maior de todas as batalhas: aquela travada dentro de si.

Patakori Ogum!

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